Boas práticas com estudantes neurodiversos: Orientações para docentes do ensino superior
Pessoas neurodiversas são aquelas que manifestam um padrão de funcionamento cerebral e de comportamento diferente da população em geral, o que se reflete em diagnósticos de transtornos do neurodesenvolvimento. Temos como exemplos os transtornos específicos de aprendizagem como a dislexia (que compromete leitura), disortografia (comprometimento da capacidade da escrita) ou discalculia (dificuldade de compreender e manipular números ou conceitos matemáticos), além dos mais conhecidos transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e o transtorno do espectro autista (TEA.)
Essas condições se manifestam em vários níveis e de maneira particular para cada pessoa neurodivergente, por exemplo, dois estudantes com o mesmo diagnóstico de TEA podem ter necessidades pedagógicas distintas para cursarem uma mesma disciplina na universidade. Tal complexidade gera muitas dúvidas e inseguranças entre os docentes que normalmente não foram preparados pelas instituições a lidarem com essa demanda.
Considerando o aumento significativo do ingresso de pessoas neurodiversas em cursos de graduação e a necessidade de preparação da comunidade universitária e, em especial, de docentes para atender esse público específico, recomendamos a leitura e aproximação por meio dos seguintes materiais:
Boas Práticas com Estudantes Neurodiversos: Orientações para Docentes do Ensino Superior (link externo), livro de autoria da psicóloga Gabriela Souza Silva e a Pedagoga e Bióloga Dra Ana Paula Madeira Di Benedito. A publicação, que também pode ser acessada em audiolivro (link externo), pretende ajudar docentes a entender melhor a neurodiversidade e as adequações didático-pedagógicas necessárias para a devida inclusão dos estudantes neurodiversos.
Transtorno do Espectro Autista: Guia de Orientações para as instituições de Ensino Superior (link externo), é de autoria do Grupo de Estudos e Pesquisa em Deficiência e Inclusão (GEPDI), vinculado ao curso de psicologia e ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, da Faculdade de Ciências do campus da UNESP de Bauru. O Guia conta com orientações sobre o que é o TEA, dificuldades e preocupações cotidianas no contexto acadêmico, potencialidades dos estudantes, estereótipos e preconceitos, estratégias e orientações aos professores, gestores educacionais, colegas de classe e pessoas do convívio, legislação, entre outros.
O evento “Vamos falar de autismo na universidade?” aborda o conceito de neurodiversidade e suas implicações na formação acadêmica a partir da vivência de Ma. Gabriela Neuber e Me. Weber Abrahão, dois profissionais autistas, com importantes contribuições para toda a comunidade universitária. Organizado pela Coordenação dos Cursos de Matemática, promovendo os objetivos da Câmara Permanente de Acessibilidade Pedagógica, foi realizado em 23 de março de 2023 e pode ser acessado por meio do YouTube no canal da Coordenação dos Cursos de Matemática, pelo link www.youtube.com/watch?v=UJH-ZUqCFQ8 (link externo).
Texto produzido em Maio de 2023 por Ricardo Oliveira, Psicólogo do DeACE-Ar, então vice coordenador de Coordenadoria de Articulação em Saúde Mental.